Os frutos coletados que mais se destacaram no período das coletas foram das
famílias Apocynaceae, Bignoniaceae, Clusiaceae, Fabaceae, Solanaceae e
Volchysiaceae, com as respectivas espécies:
Aspidosperma macrocarpon
Os nomes comuns do fruto são: guatambu-do-campo, peroba-do-campo ou
orelha de elefante. Da família Apocynaceae, gênero Aspidosperma, espécie
macrocarpon e do botânico Mart. A ocorrência dessa espécie se encontra no cerrado ou
no cerradão. Sua floração ocorre no período de agosto a outubro e sua frutificação de
julho a outubro. Possui um porte de árvore, com folhas alternas, simples, pecioladas,
coriáceas e grandes. As flores são inflorescência, brancas, miúdas e com 5 pétalas. É
uma planta melífera. A madeira é utilizada para cabo de ferramentas. Árvore
ornamental, com frutos vistosos, com forma de grandes orelhas, são usados para o
artesanato. Observação: O fruto possui longo período de maturação, mais de ano, muitas
vezes concedido com a floração do ano subsequente.
Hancornia speciosa
Nome comum do fruto: mangaba. Da família Apocynaceae, gênero Hancornia,
espécie speciosa e o autor Gomez. Árvore de ocorrência nos estados do Cerrado,
Caatinga e litoral nordestino, podendo alcançar até 10 metros de altura, com tronco
áspero, ramos lisos, avermelhados, com látex branco abundante. Suas folhas são
opostas, simples, medindo entre 5 a 6 x 2cm. Suas belas flores alvas e saborosos frutos
conferem valor ornamental à espécie, ideal para a arborização urbana e rural. Seus
frutos são carnosos, colhidos no chão, após caírem naturalmente do pé, sinal de que
estão bem maduras. É empregada como medicinal e na fabricação de doces, sorvetes,
geléias e licores, tanto artesanais como industriais, sendo uma das espécies nativas de
importância para o fomento de uma economia baseada na utilização e conservação de
recursos naturais do Cerrado.
Pertence a família Bignoniácea, gênero Jacaranda e os autores são Bureau &
K.Schum. Árvore de porte subarbusto, seu tipo de vegetação é cerrado, mata e cerrado
ralo. O fruto é seco, deiscente, do tipo cápsula loculicida. Diásporo com alas. Os frutos
ou diásporos são dispersos pelo vento (anemocoria).
Jacaranda cuspidifolia
Nomes populares: caroba, jacarandá-de-minas, jacarandá, caiuá, jacarandá-
branco, caroba-branca, pau-de-colher, pau-santo, carobeira. Da família Bignoniácea, seu
autor é Mart. Tem ocorrência em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, São Paulo até o Paraná, principalmente na floresta latifoliada da bacia do
Paraná. Sua árvore tem uma altura de cinco a dez metros, com tronco de trinta a
quarenta centímetros de diâmetro. Folhas compostas bipinadas de vinte a cinquenta
centímetros de comprimento, com oito a dez jugas (pares de pinas); pinas com dez a
quinze pares de folíolos glabros. Floresce a partir do mês de setembro com a planta
parcialmente despida de sua folhagem. Os frutos amadurecem durante os meses de
agosto-setembro. O jacarandá perde completamente sua folhagem antes de florescer e
seus frutos se abrem espontaneamente para liberarem as sementes. Cada kg de fruto
tem, em média, 33 mil sementes. A madeira é própria para marcenaria. A árvore é
extremamente ornamental, principalmente quando em flor; pode ser empregada com
sucesso no paisagismo em geral, o que já vem sendo feito em muitas cidades de Minas
Kielmeyera coriacea
Pertencente à família Guttiferae, seu autor é Mart. Conhecida popularmente
como boizinho ou pau-santo, é uma árvore de tronco tortuoso e casca suberosa, com
ramos espessos e glabros, apresenta látex amarelado abundante. As folhas são simples,
alternas, coriáceas e glabras, de forma oblanceoladas ou elípticas 15 cm de
comprimento e 5 cm de largura, as flores são grandes com pétalas brancas em panículas
terminais curtas. Ocorre em fisionomias campestres de serrado ou em cerrado típico.
Fruto é uma cápsula septícida, glabra, de textura rugosa, trivalvar, de forma oblonga,
apresentando o pericarpo lenhoso de coloração castanho. Suas sementes são aladas, esta
ala contorna toda a região do embrião, o tegumento é liso e membranáceo de coloração
O Dipteryx alata Vogel da família Fabaceae, subfamília papilionoídea, conhecida
principalmente por baru, o fruto é nativo da vegetação do cerrado brasileiro, Goiás,
Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A árvore tem até 25
metros de altura, amadurece entre o mês de setembro a outubro.
O baru é um fruto carnoso, indeiscente não se abre na maturidade,
monospérmico com uma semente, monocárpico sendo proveniente de gineceu
unicarpelar, quanto à forma do fruto é indefinida; a cor varia de bege a marrom, fruto do
tipo drupa: com o pericarpo bem definido. A semente é bem nutritiva, a dispersão seria
por zoocoria, os animais ou até mesmo humanos são atraídos pela polpa aromática do
Solanum lycocarpum
Solanum lycocarpum A.St.-Hil. da família Solanaceae, mais conhecido como
lobeira, tem mais frequência na região de áreas degradadas e campos, árvore pode
chegar até 5 metros de altura, frutificação principalmente em Dezembro a Janeiro.
É um fruto simples, polispérmico com varias sementes, carnoso, indeiscente não
se abre na maturidade, sincárpicos proveniente de gineceu gamocarpelar, fruto é
redondo, duro, verde mesmo quando maduro. Os frutos são utilizados em preparo de
doces e geleias, também muito apreciados para o gado e o lobo guará, dispersão é por
zoocoria, pois o fruto é muito atrativo.
Qualea grandiflora
Qualea grandiflora Mart. pertence à família Vochysiaceae, conhecido como Pau
Terra, ocorre nos cerrados do Norte, Centro-oeste e Sudeste do Brasil, árvore pode
alcançar 12 metros, seu fruto é seco, coloração creme, polispérmicos com várias
sementes, deiscente se abre quando maduro, sincárpico sendo proveniente de gineceu
gamocarpelar. O pau terra é um fruto do tipo cápsula lenhosa e expõe as sementes num
* como já mencionado anteriormente estes frutos são os mais encontrados nos
períodos de coleta na Serra dos Pireneus, não sendo obrigatoriamente, os de famílias
mais abundantes no cerrado.